Antigamente os manuscritos bíblicos eram gravados em rolos de pergaminhos feitos com peles de animais, como ovelhas e cordeiros. Os manuscritos da Bíblia mais antigos que temos são as várias cópias encontradas em locais diferentes, porém com textos fiéis inclusive comparados com textos escritos e descobertos em épocas diferentes.
Os manuscritos bíblicos originais, ou seja, escrito pelos próprios autores não foram encontrados. Mas é razoável pensar que dificilmente estes originais teriam um destino diferente, já que seus autores foram brutalmente perseguidos. Muito provavelmente esses manuscritos tenham sido apanhados juntamente com a maioria dos autores, muitos deles martirizados.
Depois de escritos no século XIV a.C., algum destes manuscritos acompanharam os Judeus pelo menos até meados do século V a.C., enquanto os judeus ainda tinham a posse da Arca da Aliança e o restante de seus tesouros sagrados. Quando Israel foi subjugada por Nabucodonosor, Rei do Império Babilônico, Jerusalém foi saqueada e muita coisa ali se perdeu.
O que preservaram os livros do Antigo Testamento com os textos íntegros foram as cópias deixadas por eles, devido aos costumes e a tradição dos Judeus e seus escribas. Por isso se atribui toda a confiança nas cópias deixadas, que além de terem sido escritas em épocas diferentes, foram encontradas em locais diferentes. Depois de comparações minuciosas foi observado que o texto bíblico, muito embora tenha sofrido mínimas variações, foi muito bem preservado até hoje.
As cópias eram feitas pelos antigos escribas, que normalmente eram Judeus mestres e doutores na literatura judaica, além de serem estudiosos e especializados nas escritas da época. Eles trabalhavam a mando de alguém e eram fiéis nas cópias que produziam. Eram homens respeitados por suas reputações e de grande influência sobre o povo da época.
Na época do Novo Testamento, depois que os apóstolos escreveram os seus manuscritos originais, esses devem ter sido usado para se fazerem outras cópias e eram usados nas reuniões dos cristãos primitivos. Todos eles foram perseguidos, já que Roma investia pesado contra os cristãos da época, muitos deles martirizados, portanto não seria novidade que estes primeiros manuscritos originais tenham ido parar nas mãos dos Romanos e até destruídos. Mais uma vez o que preservara os textos do Novo Testamento íntegros foram as cópias deixadas por eles, que recebiam a mesma importância pelos escribas como os antigos textos.
A maior fidelidade bíblica dos manuscritos antigos é devida a rigorosidade dispensada pelos escribas que eram perfeccionistas ao fazerem suas cópias. Escribas de regiões diferentes e de séculos diferentes espalharam cópias da Bíblia Sagrada por todo o mundo antigo. Muitas cópias dos livros da Bíblia ficaram perdidas durante séculos. Mas foram encontradas posteriormente por arqueólogos e também por pessoas comuns, como o caso dos manuscritos encontrados em 1947 nas grutas de Khirbet Qumran próximas ao Mar Morto por um pastor de ovelhas.
Muitos destes achados arqueológicos e outros achados trouxeram à tona a fidelidade da Bíblia comprovando que embora tenha se espalhado por séculos, os textos continuavam íntegros. Hoje estes manuscritos estão espalhados por diversos museus e a grande maioria deles já passaram por diversos estudos comprobatórios, por isso se encontram hoje nos maiores museus do mundo, formando os mais de 10 mil manuscritos de cópias antigas de livros da Bíblia. É o assunto que iremos detalhar logo a seguir nesta série de estudos sobre a Bíblia Sagrada.
Os manuscritos mais antigos e mais confiáveis foram exatamente aqueles que deram origem a grande maioria das traduções da Bíblia para outras línguas. São os textos que foram encontrados em uma quantidade massiva dentre os milhares de cópias dos livros da Bíblia já encontrados por todo o mundo.
Estes textos são divididos em dois grupos, assim como a Bíblia é dividida em dois testamentos escritos em épocas diferentes e em línguas diferentes, mas que compõem os dois testamentos da Bíblia. São chamados de Texto Massorético para os textos do Antigo Testamento escritos em hebraico e o Textus Receptus para os textos do Novo Testamento escritos em grego. Os dois textos juntos compõem a Bíblia que temos hoje em português traduzida através da fonte mais fiel do Novo e Antigo Testamentos, uma vez que João Ferreira da Almeida usou estes respectivos textos para traduzir a Bíblia Sagrada.