A partir de 1804, com o movimento das Sociedades Bíblicas se espalhando pela Europa e pelo mundo, a Bíblia passou a ter um suporte maior através de instituições que até hoje viabilizam a disseminação da Bíblia, além de preservar íntegros os seus textos.
No Brasil existem algumas sociedades bíblicas que vêm fazendo este papel, mantendo versões da Bíblia segundo a tradução original de Almeida, usando até os mesmos métodos de "equivalência formal" ao traduzir as Escrituras e também para as revisões, sempre com o objetivo de manter a tradução de Almeida realmente fiel.
Estas versões são as mais próximas, não só dos textos originais de Almeida, mas também os mais próximos possíveis dos escritos originais de seus autores que escreveram a Bíblia em hebraico e grego. Uma delas é chamada de Almeida Corrigida Fiel, distribuída pela Sociedade Bíblica Trinitariana, instituição fundada em 1831 em Londres e chegando ao Brasil no século seguinte. Outra é a Almeida Revista e Corrigida distribuída pela Sociedade Bíblica do Brasil. Existe também a Almeida Recebida, que também é baseada nas traduções de Almeida Corrigida de 1848.
As Primeiras Revisões foram Correções
Logo em 1837 a Sociedade Bíblica Trinitariana começou a promover uma revisão das traduções de Almeida e o projeto foi gerenciado pelo Rev. Thomas Boys, do Trinity College de Cambridge, concluindo a revisão do Novo e Antigo Testamento em 1839 e 1844 respectivamente, sendo impresso em Londres no ano de 1847 e denominada edição de Almeida Revista e Reformada. Esta edição foi revisada novamente mais tarde compondo parte da edição chamada Correcta.
Outra revisão menos popular foi feita pelo capelão inglês E. Whitely e sua edição ficou conhecida como Almeida Revista e Emendada, publicada em 1840 na Cidade do Porto em Portugal.
Quase um século depois, novamente em Londres foi feita outra revisão destes textos entre 1869 e 1875 por João Nunes Chaves, surgindo a Almeida Revista e Correcta. Ainda outra revisão na mesma cidade corrigiu a ortografia e substituiu alguns termos obsoletos quase duas décadas depois, em 1894. Cinco anos mais tarde em Lisboa foi feita a famosa versão Almeida Revista e Corrigida em 1899.
Até então estas revisões eram feitas por motivos indiscutíveis, como corrigir erros diversos e também a ortografia. Nada era acrescentado ou suprimido, pois os objetivos das revisões eram publicar a obra da Tradução de Almeida da forma mais correta possível, segundo seus próprios textos e este era também o objetivo inicial do tradutor.
Estas revisões efetuadas nos textos durante o século XIX foram muito bem aceitas, resultando nas traduções mais próximas dos antigos manuscritos. Até meados do século seguinte as reimpressões desta versão de Almeida eram feitas por sociedades bíblicas estrangeiras e consequentemente impressas fora do Brasil. Algumas destas foram preservadas até hoje, mesmo com outras edições.
Com o passar do tempo uma grande quantidade de reedições e revisões das traduções de Almeida apareceram através de várias sociedades bíblicas e instituições pelo mundo inteiro. Ainda hoje continuam surgindo diversas revisões e edições que usam livremente o nome de Almeida, mas são diferentes entre si. Algumas inclusive usam palavras diferentes e métodos diferentes do que ele próprio usou para tradução e até partes de textos bíblicos chegaram a ser absurdamente suprimidas, inclusive palavras de Jesus registradas nos Evangelhos.
As Revisões do século XX
A grande maioria das revisões feitas a partir do século XX foi baseada nas últimas versões de Almeida do século XIX e ainda se baseiam nos Textos Massoréticos e no Textus Receptus usados por Almeida.
Porém em algumas partes de algumas destas versões foram usados outros textos diferentes destes textos provenientes da grande maioria massiva das cópias dos manuscritos bíblicos. Para estes pequenos trechos foram usados o Texto Crítico, também chamado de Texto Minoritário, que são textos usados em uma pequena minoria dos textos usados nos manuscritos bíblicos.
Este contexto de diversas Bíblias diferentes vem causando muita confusão e no final das contas leva as pessoas a desconfiarem da Bíblia, por saber que existem diversos textos diferentes e também porque a grande maioria não tem disposição de ler e analisar os textos profundamente.
É importante saber que muito embora algumas reedições da Bíblia não alterem a história como um todo, e embora algumas delas pudesse ser tendenciosamente viradas para uma determinada religião, algumas delas também são muito ricas, principalmente as mais próximas dos textos de Almeida, logo também mais próximas dos textos originais da Bíblia.
Portanto, qualquer divergência nos textos bíblicos não é de forma alguma, motivo para desconfianças, tão menos para não leitura dos livros. Até porque é possível com tantas impressões e facilidades ter acesso as versões mais próximas dos textos originais das escrituras. Muito pelo contrário, este é o maior motivo, justamente pela necessidade de termos esclarecimento sobre a Bíblia a fim de saber como devemos lidar com esta revelação que o Senhor maravilhosamente nos deu.
Para quem analisa a Bíblia e tem preferência por textos mais confiáveis, por estarem mais próximos dos originais, e também porque o assunto deve ser levado muito a sério, obviamente vai preferir usar Bíblias com as versões mais próximas dos textos originais. Já mostramos o alto nível de confiabilidade das Escrituras nesta série de artigos sobre a Origem da Bíblia. Existem Bíblias até em linguagens mais atuais e bem diferentes das palavras usadas por Almeida, mas cada um pode escolher a Bíblia que deseja ler. Apenas nunca devemos deixar de ler as Escrituras.
Porém é importante saber também que ao analisar as escrituras para fins de estudos ou até para tomar qualquer decisão importante referente a própria vida de cada um, naturalmente se deve buscar os textos mais próximos possíveis do que foi realmente escrito, afinal seus autores escreveram visivelmente inspirados por Deus, logo se deve dar toda a importância a confiabilidade dos textos.
As versões das traduções da Bíblia para o português que estão mais próximas dos escritos originais por terem sido usados em suas traduções o método de tradução por “equivalência formal”, são as versões corrigidas de Almeida, realizadas no século XIX: Almeida Corrigida Fiel (ACF) de 1847, Almeida Recebida (AR) de 1848 e Almeida Revista e Corrigida (ARC) de 1899.