Já vimos que o Antigo Testamento foi escrito em Hebraico ao longo da história dos Judeus, entre os séculos XIV e IV a.C. A partir do século III a.C. os Judeus fizeram a primeira tradução de suas escrituras hebraicas para o grego, idioma que crescia e se popularizava no Antigo Oriente. Foi então que apareceu a primeira tradução das escrituras, a Septuaginta.

 

A partir dos dois primeiros séculos depois de Cristo, o Novo Testamento começou a ser copiado em larga escala e também em outros idiomas, logo depois de terem sido escritos pelos apóstolos de Jesus. Os apóstolos escreveram os livros do Novo Testamento no primeiro século e as primeiras cópias foram encontradas com datas paleográficas a partir do século segundo e depois não parou mais de aparecer cópias e mais cópias de toda a Bíblia.

 

Com todo o Antigo Testamento traduzido para o grego e todo o Novo Testamento originalmente escrito em grego, a igreja primitiva podia ler toda a Bíblia em grego, um dos idiomas oficiais na época no antigo Império Romano. Por isso a grande maioria dos textos bíblicos, tanto originais como cópias, foi encontrada escrita em grego koiné.

 

No primeiro século depois de Cristo, com a expansão do cristianismo por todo o Império Romano, surgiram traduções dos textos do Antigo Testamento em hebraico e do Novo Testamento em grego, ambos para o Latim. Estas traduções foram feitas por pessoas desconhecidas e foram traduções informais feitas por necessidade das pessoas que não conheciam o grego ou o hebraico. Estas traduções eram chamadas de Vetus Latina, muito embora não fosse um título oficial para uma tradução da Bíblia. Estes textos em Latim, posteriormente foram substituídos pela Vulgata Latina, de São Gerônimo no século V.

 

Posteriormente no século II, um dos maiores eruditos da igreja primitiva, o teólogo Orígenes de Alexandria, trabalhou em uma tradução do Antigo Testamento em seis línguas diferentes, todas nos mesmos manuscritos. Eram compostos de seis colunas alinhadas lado a lado. Continha os escritos em: 1. Versão em hebraico; 2. A chamada Secunda – em hebraico transliterado em caracteres gregos; 3. A versão de Áquila de Sinope; 4. A versão de Símaco, o Ebionita; 5. Uma recensão da Septuaginta, com interpolações para indicar onde falta um trecho do hebraico - tomados principalmente do texto de Teodócio e marcados com asteriscos, e indicações, utilizando sinais chamados obeloi (singular: obelus), nos trechos onde palavras, frase ou, ocasionalmente, seções maiores da Septuaginta não refletem o original hebraico; e 6. A versão de Teodócio. Esta tradução foi chamada de Hexápla de Orígenes de Alexandria.

 

Durante o final do Século IV, quando o Império Romano já havia oficialmente se convertido ao cristianismo, foi necessária a tradução de uma Bíblia para o latim, língua oficial do Império. Esta tradução foi solicitada pelo Bispo Dâmaso I, feita por São Gerônimo e concluída no século V. Foi denominada de Vulgata Latina, a versão de toda a Bíblia Sagrada em latim, usada durante a idade média, principalmente em Roma. Deu origem a outras traduções para outros idiomas e ainda é usada até os dias de hoje.

 

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